sexta-feira, 22 de novembro de 2013

(Afoxé-Ijexá) & o Candomblé de Rua

La se vem o Candomblé de Rua, pois somente a ele pertence o prazer de conduzir essas três belíssimas imagens, acessadas da fan-page: (Ramsestencil ... stencil ... sticker... design). Brinquedo-Dançante que mostra a reconstituição do ritual dos terreiros. Todo Afoxé é a moldura emblemática que faz do ritmo Ijexá Dança & Devoção, na verdade, Benção. Invade de emoção sensível o (im)possível do amor e ainda é puro desjejum. Agrada (Exu-Oxum-Logun).


As belíssimas imagens são da Página do Facebook do Ramses: Ramsestencil ... Stencil ... Sticker ...Desingn.



quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Papete - Boi da Lua


Papete - Boi da Lua

Bumba-meu-Boi é brinquedo-dançante. Tão profundo & tocante que somente o caminho das águas sustenta. Esse caminho das águas re(alimenta) o universo sob a forma de natureza. Delicadeza do meu Ori & Nobreza do meu jovial Orixá que – feliz – se manifesta: eu vim "trazer esse boizinho para alegrar sua festa”, pois então “arreda do caminho pra meu boi passar, ele vem de longe ô Sá dona, vem do Ceará”.

sábado, 19 de outubro de 2013

Assassinato de negros é 150% maior do que de brancos

Geledes Instituto da Mulher Negra


Racismo institucional faz da população negra principal vítima de homicídios

Categoria: Violência Racial

Publicado em Sexta, 18 Outubro de 2013

Segundo estudo do Ipea, violência contra negros se expressa principalmente nas ações das polícias; a cada três assassinatos, dois atingem pessoas desse grupo.

por Jorge Wamburg.

Brasília – Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre racismo no Brasil, divulgado hoje (17), revela que a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que um branco.

Segundo o estudo, existe racismo institucional no país, expresso principalmente nas ações da polícia, mas que reflete "o desvio comportamental presente em diversos outros grupos, inclusive aqueles de origem dos seus membros".

Intitulado Segurança Pública e Racismo Institucional, o estudo faz parte do Boletim de Análise Político-Institucional do Ipea e foi elaborado por pesquisadores da Diretoria de Estudos e Políticas do Estado das Instituições e da Democracia (Diest). "Ser negro corresponde a uma população de risco: a cada três assassinatos, dois são de negros", afirmam os pesquisadores Almir Oliveira Júnior e Verônica Couto de Araújo Lima, autores do estudo.

Na apresentação do trabalho, em entrevista coletiva na sede do Ipea em Brasília, o diretor da Diest, Daniel Cerqueira, que, do Rio, participou do evento por meio de videoconferência, apresentou outros dados que ratificam as conclusões da pesquisa sobre o racismo institucional.

Segundo ele, mais de 60 mil pessoas são assassinadas a cada ano no Brasil, e "há um forte viés de cor/raça nessas mortes", pois "o negro é discriminado duas vezes: pela condição social e pela cor da pele". Por isso, questionou Cerqueira, "como falar em preservação dos direitos fundamentais e democracia" diante desta situação?

Para comprovar as afirmações, Cerqueira apresentou estatística demonstrando que as maiores vítimas de homicídios no Brasil são homens jovens e negros, "numa proporção 135% maior do que os não negros: enquanto a taxa de homicídios de negros é de 36,5 por 100 mil habitantes. No caso de brancos, a relação é de 15,5 por 100 mil habitantes".

A cor negra ou parda faz aumentar em cerca de 8 pontos percentuais a probabilidade de um indivíduo ser vítima de homicídio, indicam os dados apresentados pelo diretor do Diest. Isso tem como consequência, segundo Daniel Cerqueira, uma perda de expectativa de vida devido à violência letal 114% maior para negros, em relação aos homicídios: "Enquanto o homem negro perde 1,73 ano de expectativa de vida (20 meses e meio) ao nascer, a perda do branco é de 0,71 ano, o que equivale a oito meses e meio."

Para o pesquisador Almir de Oliveira Júnior, como dever constitucional, o Estado deveria fornecer aos cidadãos, independentemente de sexo, idade, classe social ou raça, uma ampla estrutura de proteção contra a possibilidade de virem a se tornar vítimas de violência. "Contudo, a segurança pública é uma das esferas da ação estatal em que a seletividade racial se torna mais patente", disse Oliveira Júnior.

De acordo com as estatísticas sobre a violência em que o estudo se baseou, esse é um dos fatores que explicam por que, a cada ano, "uma maior proporção de jovens, cada vez mais jovens, é assassinada", acrescentou o pesquisador. Segundo ele, enquanto nos anos 80 do século passado, a média de idade das vítimas era 26 anos, hoje não passa de 20.
Assista à reportagem da TVT sobre a violência contra jovens negros nas periferias.


 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Bumba-Meu-Boi

Bumba-meu-Boi de Cururupu - Sotaque Costa de Mão!

  


O NOSSO TEATRO É AFRICANO: INTRODUÇÃO AO TEATRO BRASILEIRO

Henrique Cunha Júnior  - Maria Cecília Félix Calaça - Wellington Pará

RESUMO:      As Africanidades e Afrodescendências brasileiras ainda não foram perfeitamente estudadas e nem mesmo compreendidas pelo processo de formação acadêmica brasileira. Em muitos setores do conhecimento continuamos trabalhando as tradições gregas como fundamento e as portuguesas com fonte da cultura brasileira sem observar a importância cultural e a longevidade histórica da matriz africana. As culturas africanas se desenvolvem e fundam tradições civilizatórias culturais pelo menos 3000 anos antes das realizações gregas. Sendo também que muito dos campos culturais visto no Brasil como de cultura portuguesa sendo esta possuem antecedentes históricos no continente africano e muitas vezes aparecem na península ibérica devido as presença de africanos vindos das regiões da Mauritânia e Mali e considerados de forma genérica como mouros. Mesmo os marcos e signos do cristianismo são sempre associados a Portugal omitindo a existência de cristianismos antigos e ortodoxos no continente africano, como também a conversão de reinos africanos e cristãos antes da colonização portuguesa no Brasil. Havendo cultura crista na bagagem dos africanos escravizados no Brasil por esta caminho. Todas as sociedades, em todas as épocas históricas, desenvolveram as suas formas de teatro, sendo assim a diversidade do teatro de cultura africana é grande e chega ao Brasil de diversas formas. O nosso argumento de partida para o teatro brasileiro são as máscaras religiosas africanas e os cortejos africanos. Os cortejos africanos que dão origem aos catolicismos de preto como as: congadas e reisados. Formas teatrais de atuação, como também resultam nos cortejos carnavalescos na sociedade brasileira. O nosso teatro é africano é uma introdução às formas teatrais dos teatros de marionetes, bumba-meu-boi, e atos cênicos das religiões de matriz africana. Fazem parte de pesquisas sobre a transmissão da unidade cultural africana na sociedade brasileira e da formação de professores em face da lei 10.639/2003. 


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

IV Seminário Artefatos da Cultura Negra no Ceará - (2013)

Convite!


O IV Seminário Artefatos da Cultura Negra no Ceará justifica-se pela necessidade de se aprender e ensinar a História da África e dos Afrodescendentes no Brasil em todas as suas dimensões da Educação, tendo como base norteadora as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação e para o Ensino de Historia e Cultura Afrobrasileira e Africana.

As ações propostas tem como relevância a formação de profissionais de Educação, estudantes e demais participantes/pesquisadores acerca dos diversos aspectos da História e da Cultura da População Negra em nível nacional e local evidenciando os aspectos materiais e imateriais.

Axé!
Prof. Dr. Henrique Cunha.

Programação Geral – Fortaleza & Cariri

http://artefatosdaculturanegranoceara.blogspot.com.br/p/programacao-cariri-crato-fortaleza.html




domingo, 29 de setembro de 2013

IJEXÁ - A Música Sacra dos Terreiros

A MÚSICA SACRA DOS TERREIROS - O IJEXÁ

Dizem os mais velhos das casas de candomblé que os atabaques conversam com os homens. Cada toque guarda um determinado discurso, passa determinada mensagem, conta alguma história. O tocador dos tambores rituais precisa conhecer o toque adequado para cada orixá, vodum ou inquice. Se o drama representado pela dança de um orixá se refere ao combate, o toque é um - em geral com características marciais. Se a ideia é contar através da dança sacra uma passagem de paz, o toque é outro. Há toques para expressar conquistas, alegrias, tristezas, cansaço, realeza, harmonia, suavidade, conflitos... Não se deve, sob nenhuma hipótese, bater para um determinado orixá um toque que não se relacione às suas características.

É importante lembrar que um xirê, a festa de candomblé, é o momento em que os orixás baixam nos corpos das iaôs para representar - através da dança, dos trajes e emblemas - passagens de suas trajetórias. Através da representação dramática, a comunidade se recorda do mito e  dele tira um determinado modelo de conduta.  As danças, ao contar histórias protagonizadas pelos orixás, servem de exemplo para os membros do grupo. Ritualiza-se o mito em música e dança, crença e arte, para que ele continue vivo para a comunidade, cumprindo assim sua função modelar.
De todos os toques sacros do candomblé de Ketu, o Ijexá é provavelmente o mais suave. Vale esclarecer, para inicio de conversa, que a palavra Ijexá origina-se do vocábulo Ijèsá, uma subdivisão da etnia iorubá e o nome da cidade nigeriana que é considerada o berço do grupo. Nessa cidade se cultuam sobretudo Oxum e Logun-Edé - e o Ijexá designa o ritmo das danças principais desses orixás. Tocam-se, também, ijexás (ainda que não seja o ritmo predominante) para Exu, Osain, Ogum, Oyá, Obá, Oxalá, Orunmilá ...
O Ijexá é apresentado nos terreiros somente com as mãos, dispensando-se o uso dos aguidavis (as baquetas de percussão). O ritmo é suave e cadenciado, emoldurando a dança dengosa e sensual de Oxum e Logum. O gã (agogô) acompanha sempre os atabaques, marcando o compasso.
De ritmo dos terreiros, o ijexá acabou também chegando ao carnaval, a partir da criação dos afoxés baianos (cortejos carnavalescos de adeptos do candomblé) no final do século XIX. Algumas pessoas e até mesmo alguns livros fazem certa confusão ao citar o afoxé como um ritmo. O afoxé é o cortejo - o ritmo que emoldura o cortejo é o ijexá. A expressão afoxé, inclusive, vem do iorubá àfose (encantação pelo som, pela palavra) . Os cubanos usam a expressão afoché para designar o ato de enfeitiçar alguém com o pó da magia.  Ao toque do Ijexá, os antigos afoxés buscavam encantar os concorrentes, desfilando pelas ruas em formato processional. O afoxé Filhos de Gandhi, fundado por ogãns de candomblé na década de 1940, até hoje se apresenta no carnaval ao som do ijexá - e começa sempre o cortejo tocando para Logun-Edé.

Os que já viram um xirê certamente se recordam das danças de Oxum e seu filho Logun-Edé, simulando o banho vaidoso nas águas dos rios, enquanto se miram no espelho e seduzem a todos de forma faceira e, vez por outra, enganadora. O toque do Ijexá busca descrever, por isso, a cadência sedutora e feiticeira das águas.

O mestre Nei Lopes, referência fundamental para quem se interessar pelas culturas africanas e o Brasil, compôs no início dos anos 80 um ijexá em homenagem a Logun-Edé, magistralmente gravado por Clara Nunes. É um exemplo contundente da importância dos ritmos sacros para a música brasileira. A gravação abaixo, garimpada no youtube, é interessante porque começa com o ijexá tocado nos terreiros e abre para a gravação da guerreira, a grande Clara:


AFOXÉ: CORTEJO - FÚRIA - FESTA