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Tambores cerimoniais iorubanos - Nigéria
Os tambores
africanos podem ser usados tanto como instrumentos musicais quanto como
objetos cerimoniais e no passado como meios de comunicação. Esses
instrumentos abrangem desde os simples objetos do cotidiano, peças
simples ou ornamentadas que sinalizam o status do proprietário,
denotando poder e honrando os antepassados. O Gbedu que significa
literalmente "grande tambor" é um instrumento de percussão
tradicionalmente usado na música Ioruba cerimonial da Nigéria e do
Benin. O Iya Ilu, tambor principal dentro do conjunto dos tambores
Gbedu e empregado nos cerimoniais da realeza ou para os adivinhos. O
corpo do tambor Iya Ilu tambor é considerado "sujeito do culto"
recebendo frequentemente oferendas e sacrifícios. Os tambores
cerimoniais dos Iorubas são entalhados com relevos profundos
figurativos. O bocal é recoberto por pele de antílope empregando
cordas e estacas para a afinação e podendo ser percutidos ora com as
mãos ora com varetas.
Tradição – tambor cerimonial
O
tambor Gbedu é usado tradicionalmente nas ocasiões oficiais ou durante
as cerimônias Ogboni, a antiga sociedade secreta Ioruba. O Ogido/Gbedu é
uma das quatro grandes famílias de tambores Iorubas; as outras
famílias são Dundun/Gangan os tambores falantes, o tambor Batá e o
tambor Sakara. Cada família compreende tambores de diferentes tamanhos,
tendo como « mãe dos tambores » o (Iya Ilu) que desempenha o papel
principal entre os demais. O tambor que dá apoio ao Gbedu é tocado por
um percussionista que emprega tanto as mãos quanto as varetas para
tocar.
Conta-se
que o tambor de Gbedu foi trazido para a região de Lagos no século
XVII por diplomatas Edo, simbolizando a hegemonia do Império do Benin.
Entre os Iorubas, o tambor Gbedu significa realeza. O maior dos
tambores Iorubas, era tocado apenas à serviço do rei. Em cerimônias
como o ritual Isagun, o Oba pode dançar ao som da música desse tambor.
Se alguém usasse esse tambor, seria preso por rebeldia.
Antigamente
acreditava-se que o tambor grande e ornamentalmente esculpido possuía a
proteção de um espírito, o do escravo que havia sido sacrificado
quando o instrumento ficava pronto. Esse tambor é recoberto de entalhes
que representam os animais, as aves e o falo. Durante as cerimônias em
que se utilizava o tambor borrifava-se o sangue sacrificial sobre os
entalhes juntamente com o vinho de palma, gemas de ovos e penas da
galinha sacrificada. No corpo do Iya Ilu pode haver um entalhe com a
imagem de Olokun, a deusa do mar, considerada o "sujeito do culto".
Conta-se
que, durante os últimos dias do Império de Oyo, quando os fulas já
haviam capturado Ilorin e se tornado senhores de Oyo, Sita, o rei de
Ilorin pediu a Oluewu, o rei de Oyo para visitá-lo e prestar uma
homenagem. Oluewu possuía o tambor Gbedu que tocou antes de sua viajem.
Quando Sita perguntou sobre o tambor e ele avisou que esse instrumento
só podia ser tocado diante de um rei, ficou irritado dizendo que só
podia haver um rei, ele mesmo, e retirou o Gbedu da corte.
Há
um velho provérbio Ioruba diz "a menos que o um bode seja morto, não se
pode fazer o Gbedu com sua pele". A implicação é de que uma pessoa só
será capaz de olhar para seus próprios interesses enquanto eles estão
vivos. Outro provérbio diz que "a pele de um porco não pode ser usada
para fazer um tambor Gbedu”, que significa que não é todo material que
pode ser usado para qualquer finalidade. "Nenhum ladrão rouba um tambor
Gbedu" é um aviso para não tentar o impossível.
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